Bolsa de valores dos EUA está no radar da Blau
por Cesar Ferro
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Descontente com seus resultados na Ibovespa, a Blau Farmacêutica coloca sua mira na Nasdaq, a bolsa de valores dos EUA. Quem revelou esse ousado plano foi Marcelo Hahn, CEO e controlador da indústria, em entrevista ao Brazil Journal.
Em abril de 2021, quando registrou seu IPO, a farmacêutica negociava os papéis por um valor 70% superior ao atual. Para o executivo, o “imediatismo” dos investidores nacionais explica a desvalorização.
“No Exterior, as gestoras que investem em biotechs têm uma avaliação muito diferente da forma como a avaliação é feita aqui. No Brasil, é muito em cima do resultado de curto prazo. Os analistas não conseguem colocar nossa visão de longo prazo na tese de investimento”, afirma.
Receita em moeda forte levará Blau para bolsa de valores dos EUA
Para carimbar seu passaporte rumo à Nasdaq, a Blau planeja reforçar sua receita em moeda forte, aqueles valores que não são afetados pela instabilidade econômica.
Apesar de esses valores representarem apenas 10% da receita de R$ 1,4 bilhão, a expectativa é que esse percentual avance com os investimentos na Prothya, empresa europeia que atua com medicamentos derivados do plasma.
“Nossa ideia é fazer uma fusão com a Prothya e irmos juntos para a Nasdaq. Essa é nossa ambição”, garante Hahn. Assim que a farmacêutica converter a dívida dos europeus, ela assumirá 20% da empresa.
Farmacêutica bateu recorde de investimentos
No fim do ano passado, a Blau registrou um recorde muito positivo, o de R$ 316 milhões em investimentos. Esse montante foi anunciado nos resultados consolidados para o 3º trimestre de 2023.
Desse total, R$ 266 milhões foram investidos na Prothya e R$ 31 milhões em pesquisa e desenvolvimento.
A companhia conseguiu também manter o seu patamar de receita líquida, resultado das ações e investimentos realizados nos últimos trimestres, seguindo seu plano estratégico, mesmo em um ambiente de forte competição e cenário macroeconômico global volátil.
Outro destaque ficou para o lucro líquido de R$ 99 milhões, impulsionado pelos resultados da compra do Laboratório Bergamo.
