Gasto do varejo com expansão sobe 35% no 1º trimestre

O gasto do varejo com expansão no Brasil já totalizou R$ 1,9 bilhão no 1º trimestre deste ano, 35% acima do custo de R$ 1,4 bilhão registrado em 2020. Os dados são baseados nos investimentos de 15 redes de capital aberto que atuam no setor e constam de uma reportagem do Valor Econômico.

O número vem tirando o sossego de diferentes setores do varejo. Só o gasto necessário para a ampliação de lojas físicas aumentou 50% no período. Some-se a isso a necessidade contínua de investimentos na área digital, que em muitos casos sustentou os resultados do setor nesses dois anos de pandemia.

Para Alberto Serrentino, sócio e fundador da Varese Retail, o que está ocorrendo é uma alocação maior de recursos para expansão orgânica, uma vez que a loja é fundamental na estratégia da venda online. “A gestão dos investimentos está bem mais complexa dentro das diretorias”, reitera.

Gasto do varejo com expansão impacta sobretudo as farmácias

No varejo farmacêutico, dados de janeiro a março mostram que a rede de farmácias Pague Menos fala em 120 pontos novos, 50% acima do ano passado. A RaiaDrogasil projeta 260 lojas, 20 acima de 2021.

Apesar da função estratégica dos novos pontos, um aspecto levantado pelas próprias empresas, nas últimas teleconferências do primeiro trimestre, foi o aumento do gasto de construção das unidades, de 40 a 50%, e das centrais de armazenamento, que mesmo locadas, tiveram alta no valor do aluguel.

Segundo Luiz Novais, vice-presidente financeiro da rede de farmácias Pague Menos, há uma forte pressão inflacionária sobre os investimentos. O custo médio de investimento para a inauguração de uma loja, que seria de R$ 1,1 milhão, hoje está mais próximo de R$ 1,35 milhão.

Já os gastos em estrutura para a operação digital também revelaram um crescimento no valor dos ativos intangíveis de janeiro a março – como softwares, licenças e marcas – de três a cinco vezes o valor contabilizado no ano anterior.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico